sábado, 7 de junho de 2014

O Espírito: força da missão


A tarefa da Igreja é evangelizar. Anunciar a boa-nova de Jesus Cristo a todos os povos. Ela é, deste modo, chamada a sair de si, a ir ao encontro de cada pessoa que caminha nas estradas deste mundo, pois como nos afirmara São João Paulo II, o homem é a via da Igreja. A boa-nova da Igreja é, antes de tudo, uma pessoa, Jesus Cristo e o seu papel é ser lugar do encontro com o Senhor, torná-Lo contemporâneo a cada pessoa.

Nessa dinâmica missionária, seguindo as indicações de Papa Francisco, a Igreja é convidada a: primeirar, envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar. Trata-se, na verdade, de passos que devem orientar o agir da Igreja.

Pimeirar: tomar a iniciativa, ir ao encontro dos afastados, convidar os excluídos. Envolver-se: entrar na vida das pessoas, compartilhá-la e, ser for necessário, abaixar-se. Acompanhar: seguir, com paciência, o caminho gradual de cada pessoa, mesmo que seja longo, duro e penoso. Frutificar: buscar a fecundidade das pessoas em vida nova perpassada pela Palavra de Deus. Festejar: celebrar as vitórias, os passos dados, sobretudo na beleza da liturgia.

Toda esta ação é impulsionada pelo Espírito que nos faz avançar, vencendo os nossos medos e resistências. Ele é o protagonista da atividade missionária. Tal consciência deve fazer com que não nos deixemos abater diante dos desafios e obstáculos, que por vezes, podem parecer intransponíveis.

Diante das dificuldades podemos ser tentados a permanecer num pessimismo que pode nos tornar, como afirmara São João XXIII, em profetas de desgraças que acham que nos encontramos numa viela.
O Espírito é chama ardente, fogo abrasador que destrói as barreiras que se impõem no caminho do evangelho, mas também é fogo que aquece, libertando da frieza e da indiferença. Como fonte de vida, Ele é o princípio de criatividade da Igreja, fazendo-a descobrir os novos modos e formas para anunciar Cristo hoje.

É o Espírito que santifica a Igreja, libertando-a da sua incapacidade e fragilidade. Ele suscita corações generosos e ardorosos que são capazes até do sacrifício da própria vida. É Ele também que purifica a Igreja, fazendo-a tornar-se fiel a sua vocação e aderir com total determinação à verdade que é o próprio Cristo.

O profeta Ezequiel contempla no vale uma abundância de ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14) que representam o povo de Israel, sem vida e esperança. Eles são transformados, ganhando carne e espírito. Queremos, humildemente, suplicar do Senhor o dom do Espírito sobre nós, para que ganhemos vida e anunciemos e testemunhemos, com coragem e vigor, Jesus Cristo, nossa vida e esperança.


Pe. Pedro Moraes Brito Júnior

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