sábado, 10 de maio de 2014

Construtores da Paz!


A espiritualidade do tempo pascal convida-nos a refletir sobre a paz, pois nos relatos evangélicos, o Ressuscitado, nas suas aparições, deseja-a aos seus apóstolos e discípulos, dizendo-lhes: “a paz esteja convosco!”.

Na língua hebraica a palavra para designá-la é shalom. Esse termo significa muito mais do que o nosso vocábulo paz pode expressar. Desejar shalom a uma pessoa, como até hoje os judeus fazem, quer dizer augurar-lhe todo bem, tudo de bom em todas as dimensões do seu ser. A palavra hebraica vai muito além da ausência de guerras e conflitos entre os povos e as pessoas entre si.

A paz, tal qual a língua hebraica concebe, é, na verdade, uma realidade que só nos possível através de um dom. Torna-se impossível obtê-la sem Deus e sem o respeito a tudo quanto Ele nos ensinou para trilharmos o caminho que nos torna felizes. É Cristo o shalom de Deus para nós. Ele é a nossa paz! Tornando-nos seguidores da sua pessoa e praticantes da sua mensagem, poderemos construir uma sociedade pacífica.

O alto índice da violência em nosso país, mormente nas capitais nordestinas, bem como os modos e as formas como os crimes têm sido realizados, fazem com a questão da violência seja uma emergência que deve envolver a todos nós, como também as diversas instituições para vivermos a socialidade que nos constitui.

É preciso clamar ao Senhor da paz que no-la conceda, mais também é necessário empreender esforços, fazendo o que nos cabe, para podermos construir uma sociedade com fraternidade e harmonia. Se isto não o fizermos, corremos o risco de viver a triste surpresa de ser a próxima vítima.

A paz não é uma questão somente de segurança pública, se bem que esta seja necessária para sua consolidação. Trata-se de uma realidade multifacetária, em que várias questões estão em jogo. A questão socioeconômica, a falta de políticas públicas para a juventude, as drogas, o nível educacional, por exemplo, são questões, entre outras, que estão na raiz da falta de paz.

A formação ética ocupa um lugar fundamental entre essas questões. É com ela que aprendemos a ver o outro como uma pessoa que tem dignidade, que deve ser respeitada e como um sujeito de deveres e direitos que devem ser exigidos e amparados pela sociedade. A ética cristã oferece um universo de valores, que se realmente conhecêssemos e puséssemos em prática, muito pode contribuir para a gestação de uma pessoa e de um mundo diferentes.

É preciso, além de oferecer as condições necessárias para uma vida digna, criar uma cultura de paz. Ou seja, ter um modo de ser e de fazer que nos levem a viver como irmãos. Nesse sentido, trilhar os passos do Senhor da paz é o melhor caminho para construirmos uma sociedade que viva na verdade, na justiça, no amor, na liberdade e na paz.
Shalom pra você!

Pe. Pedro Moraes Brito Júnior

0 comentários :

Postar um comentário