sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Cristo ontem, hoje e amanhã


O ano litúrgico, que é a celebração dos mistérios da vida de Jesus, conclui-se com uma solene proclamação d’Ele como Rei e Senhor do universo. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim.  A Ele toda honra e glória.


Essa solenidade é uma ocasião ímpar para reafirmar Cristo como realidade central da nossa fé cristã. Esta se constitui em caminhar como discípulo, nos seus passos e no seu compasso, vivendo sob o seu senhorio. Implica, sobretudo, na busca de relacionar-se com Ele, procurando conhecê-Lo e amá-Lo.

Cristo ontem. Necessário se faz voltar as fontes, redescobrir o Jesus histórico, que viveu na Judeia, contemplar a sua vida e missão. Olhar os seus gestos e atos, ouvir as suas palavras e descobrir o que moveu o seu caminhar. Grandes santos reorientaram as suas vidas a partir do contato que tiveram com os Evangelhos. Um exemplo bastante significativo foi o de Francisco de Assis. Após a experiência com a boa-nova de Jesus,  encontrou um grande significado para viver que redimensionou a sua vida.

Necessário se faz um contato mais vivo com os Evangelhos, como oportunidade de contemplar e encontrar o Senhor. A experiência histórica nos mostra, que muitas vezes nos afastamos do Evangelho, somos mais instituição do que carisma. Perdemos a seiva vital que deve animar o nosso agir no mundo. É preciso afirmar o Cristo hoje, voltando ao Cristo de ontem.

Cristo hoje. Jesus não é uma peça de museu. O retorno aos Evangelhos não se trata de algo puramente informativo. É preciso ser mais que estudo. Necessário é fazer a experiência, sobretudo através da oração. O cristianismo é uma pessoa, afirmava o Papa Bento XVI. Portanto, implica primordialmente relação.

É dessa forma que somos chama
dos a atuar no mundo: sendo sinal e presença de Cristo, através do que fazemos. Ele deve ser glorificado em nossa vida. Esta deve se tornar sacramento da sua presença. E isto deve se concretizar na totalidade de nosso ser: na unidade de corpo e alma que somos. O nosso corpo deve mostrar a tangibilidade do evento Cristo no hoje da história. Através da expressão corporal, podemos fazer de Cristo uma realidade próxima de cada pessoa humana.

Cristo Amanhã. Viver unido a Cristo enche o nosso coração de alegria. Ele é o Emanuel que compartilha a nossa vida e caminhada. Como aos discípulos de Emaús, o estar com Ele aquece o coração, dando ânimo e vigor para prosseguir a caminhada. Ele oferece sentido e significado ao nosso viver. Mais ainda, impulsiona a nossa caminhada, fazendo-nos olhar com esperança para o amanhã, não obstante todos os males que nos cercam. Ele nos faz estar de cabeça erguida e, mais do que caminhar, nos faz correr em direção dos nossos objetivos. O amanhã se torna luminoso.

Não se trata, apenas, do amanhã intra-histórico, situado no tempo e no espaço, mas também do amanhã trans-histórico que culmina na eternidade. Nossa vida não está fadada à morte, mas à vida plenamente realizada em Deus. Ele nos aponta para a felicidade plena, quando Ele será tudo em todos. Na verdade, já pregustamos a eternidade, quando envolvidos pela dinâmica de sua vida.
Cristo ontem, hoje e amanhã! Sempre! Ele vive, reina e impera! Toda honra e glória!


Pe. Pedro Moraes Brito Júnior




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