O ano litúrgico, que é a celebração dos mistérios da vida de
Jesus, conclui-se com uma solene proclamação d’Ele como Rei e Senhor do
universo. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim. A Ele toda honra e glória.
Essa solenidade é uma ocasião ímpar para reafirmar Cristo
como realidade central da nossa fé cristã. Esta se constitui em caminhar como
discípulo, nos seus passos e no seu compasso, vivendo sob o seu senhorio.
Implica, sobretudo, na busca de relacionar-se com Ele, procurando conhecê-Lo e
amá-Lo.
Cristo ontem. Necessário se faz voltar as fontes,
redescobrir o Jesus histórico, que viveu na Judeia, contemplar a sua vida e
missão. Olhar os seus gestos e atos, ouvir as suas palavras e descobrir o que
moveu o seu caminhar. Grandes santos reorientaram as suas vidas a partir do
contato que tiveram com os Evangelhos. Um exemplo bastante significativo foi o
de Francisco de Assis. Após a experiência com a boa-nova de Jesus, encontrou um grande significado para viver que
redimensionou a sua vida.
Necessário se faz um contato mais vivo com os Evangelhos,
como oportunidade de contemplar e encontrar o Senhor. A experiência histórica
nos mostra, que muitas vezes nos afastamos do Evangelho, somos mais instituição
do que carisma. Perdemos a seiva vital que deve animar o nosso agir no mundo. É
preciso afirmar o Cristo hoje, voltando ao Cristo de ontem.
Cristo hoje. Jesus não é uma peça de museu. O retorno aos
Evangelhos não se trata de algo puramente informativo. É preciso ser mais que
estudo. Necessário é fazer a experiência, sobretudo através da oração. O
cristianismo é uma pessoa, afirmava o Papa Bento XVI. Portanto, implica
primordialmente relação.
É dessa forma que somos chama
dos a atuar no mundo: sendo
sinal e presença de Cristo, através do que fazemos. Ele deve ser glorificado em
nossa vida. Esta deve se tornar sacramento da sua presença. E isto deve se
concretizar na totalidade de nosso ser: na unidade de corpo e alma que somos. O
nosso corpo deve mostrar a tangibilidade do evento Cristo no hoje da história.
Através da expressão corporal, podemos fazer de Cristo uma realidade próxima de
cada pessoa humana.
Cristo Amanhã. Viver unido a Cristo enche o nosso coração de
alegria. Ele é o Emanuel que compartilha a nossa vida e caminhada. Como aos
discípulos de Emaús, o estar com Ele aquece o coração, dando ânimo e vigor para
prosseguir a caminhada. Ele oferece sentido e significado ao nosso viver. Mais
ainda, impulsiona a nossa caminhada, fazendo-nos olhar com esperança para o amanhã,
não obstante todos os males que nos cercam. Ele nos faz estar de cabeça erguida
e, mais do que caminhar, nos faz correr em direção dos nossos objetivos. O
amanhã se torna luminoso.
Não se trata, apenas, do amanhã intra-histórico, situado no
tempo e no espaço, mas também do amanhã trans-histórico que culmina na
eternidade. Nossa vida não está fadada à morte, mas à vida plenamente realizada
em Deus. Ele nos aponta para a felicidade plena, quando Ele será tudo em todos.
Na verdade, já pregustamos a eternidade, quando envolvidos pela dinâmica de sua
vida.
Cristo ontem, hoje e amanhã! Sempre! Ele vive, reina e
impera! Toda honra e glória!
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
0 comentários :
Postar um comentário