O grande filosofo grego, Sócrates
desenvolveu o método da maiêutica que utilizava com seus alunos. A sua mãe era
parteira e na observância do que ela fazia, Sócrates entendeu que na sua missão
de mestre, a sua tarefa era de fazer vir à luz o que os seus alunos já traziam
dentro de si.
Para ele, o conhecimento já existe no aluno, ao mestre cabe o
empenho de extrai-lo do seu interior.
Cada pessoa traz também dentro de
si a luz da bondade, porque foi criada por Deus. Nas páginas do Gênesis, após o
relato da criação do universo e do homem, o autor sagrado afirma: “Deus viu
tudo o que tinha feito: e era muito bom” (1,31). Somos por natureza bons,
trazemos o reflexo da bondade do Criador em nós, não obstante tenhamos sido
atingidos pelo mal.
A ética visa o bem. Tem por
tarefa individuar referências, que se configuram como uma bússola, as quais
orientam o caminho do homem para que ele aja, fazendo jus ao que ele é: ser
humano. A ética visa proteger a pessoa, humanizá-la, para que não se
caricature, ofuscando a grandeza da sua beleza: ser criado para conhecer,
decidir e amar. Dotado, por conseguinte, de conhecimento,
liberdade e amor.
Na condição de seres
interpessoais, nós nos construímos na relação. Ela é enriquecedora da nossa
realidade de pessoa. Nós somos o ambiente, a família, a escola, os amigos, os
livros que lemos. Trilhamos o caminho da vida dando e recebendo. Deixamos marcas nas pessoas e as
influenciamos e por nossa vez somos marcados e influenciados.
A estratégia metodológica de
Sócrates conduz-nos a perguntar se agimos eticamente com as pessoas, no sentido
de fazer vir à luz o que de bom existe nelas. Entra em questão um conceito
ético importante: o da cumplicidade. Podemos ser cúmplices no bem ou no mal.
Podemos fazer as pessoas agirem no melhor delas ou no pior delas.
Há uma temática que faz parte do
universo de reflexão ética que é a questão das paixões. Quando se fala do
comportamento moral, tem-se em conta a complexidade do ser da pessoa humana. O
homem é razão, mais também é sentimento, emoção e tudo isso pode influenciar o
seu comportamento moral.
As paixões em si mesmas não tem valoração ética, ou
seja, não são boas ou más. Contudo o que se faz delas pode fazer com que o
nosso comportamento se configure como bom ou mau.
Podemos, dessa forma, mexer com
os sentimentos das pessoas e induzi-las a realizar ações grandiosas, ou
contrariamente levá-las até o absurdo. Lembrando os desenhos animados, podemos
ser aquele diabinho que instiga para o mau o aquele anjinho que convida a fazer
o bem.
Quando criança, por vezes,
gostávamos de insultar o colega para vê-lo reagir agressivamente. As vezes
também, gostamos de provocar, tocando nas questões que vão suscitar as reações
que previamente damos por certas. É preciso de um lado não se deixar dominar
pelo outro, fazendo com que nos façam dar à luz a frutos maus; e de outro, é
preciso ter grandeza de alma para querer ser na vida das pessoas suscitador de
coisas boas, fazendo com que venha à luz o melhor delas. Deus não nos permita
ser cúmplices no mal!
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
3 comentários :
espero a vinda jesus cristo gloria de quem o ama de coraçao.
antonio vieira dantas
Amo e fico feliz qdo sou o motivo do sorriso de alguém. Que Deus me permita sempre ser luz! Obrigada pelo belo texto.
Aí é onde entra Deus é preciso ser muito forte Nele para não gostar do mal que de início nos parece muito bom,mas quando vestimos a couraça da fé Deus nos protege.
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