sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A maiêutica ética

O grande filosofo grego, Sócrates desenvolveu o método da maiêutica que utilizava com seus alunos. A sua mãe era parteira e na observância do que ela fazia, Sócrates entendeu que na sua missão de mestre, a sua tarefa era de fazer vir à luz o que os seus alunos já traziam dentro de si. 

Para ele, o conhecimento já existe no aluno, ao mestre cabe o empenho de extrai-lo do seu interior.

Cada pessoa traz também dentro de si a luz da bondade, porque foi criada por Deus. Nas páginas do Gênesis, após o relato da criação do universo e do homem, o autor sagrado afirma: “Deus viu tudo o que tinha feito: e era muito bom” (1,31). Somos por natureza bons, trazemos o reflexo da bondade do Criador em nós, não obstante tenhamos sido atingidos pelo mal.

A ética visa o bem. Tem por tarefa individuar referências, que se configuram como uma bússola, as quais orientam o caminho do homem para que ele aja, fazendo jus ao que ele é: ser humano. A ética visa proteger a pessoa, humanizá-la, para que não se caricature, ofuscando a grandeza da sua beleza: ser criado para conhecer, decidir e amar. Dotado, por conseguinte, de conhecimento, liberdade e amor.

Na condição de seres interpessoais, nós nos construímos na relação. Ela é enriquecedora da nossa realidade de pessoa. Nós somos o ambiente, a família, a escola, os amigos, os livros que lemos. Trilhamos o caminho da vida dando e recebendo.  Deixamos marcas nas pessoas e as influenciamos e por nossa vez somos marcados e influenciados.

A estratégia metodológica de Sócrates conduz-nos a perguntar se agimos eticamente com as pessoas, no sentido de fazer vir à luz o que de bom existe nelas. Entra em questão um conceito ético importante: o da cumplicidade. Podemos ser cúmplices no bem ou no mal. Podemos fazer as pessoas agirem no melhor delas ou no pior delas.

Há uma temática que faz parte do universo de reflexão ética que é a questão das paixões. Quando se fala do comportamento moral, tem-se em conta a complexidade do ser da pessoa humana. O homem é razão, mais também é sentimento, emoção e tudo isso pode influenciar o seu comportamento moral. 

As paixões em si mesmas não tem valoração ética, ou seja, não são boas ou más. Contudo o que se faz delas pode fazer com que o nosso comportamento se configure como bom ou mau.

Podemos, dessa forma, mexer com os sentimentos das pessoas e induzi-las a realizar ações grandiosas, ou contrariamente levá-las até o absurdo. Lembrando os desenhos animados, podemos ser aquele diabinho que instiga para o mau o aquele anjinho que convida a fazer o bem.


Quando criança, por vezes, gostávamos de insultar o colega para vê-lo reagir agressivamente. As vezes também, gostamos de provocar, tocando nas questões que vão suscitar as reações que previamente damos por certas. É preciso de um lado não se deixar dominar pelo outro, fazendo com que nos façam dar à luz a frutos maus; e de outro, é preciso ter grandeza de alma para querer ser na vida das pessoas suscitador de coisas boas, fazendo com que venha à luz o melhor delas. Deus não nos permita ser cúmplices no mal!               


Pe. Pedro Moraes Brito Júnior

3 comentários :

espero a vinda jesus cristo gloria de quem o ama de coraçao.
antonio vieira dantas

Amo e fico feliz qdo sou o motivo do sorriso de alguém. Que Deus me permita sempre ser luz! Obrigada pelo belo texto.

Aí é onde entra Deus é preciso ser muito forte Nele para não gostar do mal que de início nos parece muito bom,mas quando vestimos a couraça da fé Deus nos protege.

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