Houve
um tempo em que fazia parte da educação doméstica aprender a ter tratos finos.
Mais do que uma lição teórica a ser passada, tratava-se de um aprendizado que
se dava na vida através da imitação. Ou seja, os bons modos entre os casais era
a grande lição para que os filhos se tornassem requintados no modo de tratar as
pessoas.
O
Evangelho é uma realidade que deve encarnar-se nas nossas vidas. Deve fazer-se
cultura, impregnando, desse modo, a nossa maneira de ser e de fazer as coisas.
Quando isso realmente acontece em nossa existência, tornamo-nos gentleman e madame no Senhor.
A
elegância da fé é derivante da busca de imergir-se em Cristo. Em deixar a nossa
humanidade ser tocada por Ele. Esta torna-se, assim, um valioso critério de
verificação do nosso ser em Deus. Quando nele somos, a nossa humanidade é
transformada, tornamo-nos humanos por excelência.
A
polidez no trato deriva também do reconhecimento que cada ser humano é filho de
Deus. É dotado de uma dignidade que vem do fato de ter sido criado a imagem e
semelhança de Deus.
Trata-se
de ter uma vida configurada pelo christian
style. Na contemplação dos gestos e das ações de Jesus, na meditação de
suas palavras, na comunhão orante com Ele e sob o influxo de sua graça, vamo-nos
“polindo” e vamos adquirindo a elegância da fé que não é fruto da assunção de
comportamentos meramente exteriores, mas nasce de um coração que vai buscando
ter as mesmas atitudes de Jesus.
A
palavra significativa para a elegância da fé é atitude. A vida cristã deve ser
feita de atos e ações que vem de dentro, que são fruto de atitudes. Diz
respeito, portanto, a nossa interioridade, àquilo que somos. Na elegância da fé
o que importa é ser. A beleza da pessoa elegante em Deus nasce de um coração
transformado, que tem os mesmos sentimentos de Cristo.
A
mística da elegância da fé tem outro ponto motivador forte: as pessoas são o
rosto de Deus. Esta prerrogativa é mais ainda acentuada no que tange aos
pobres. Jesus disse: eu sou o nu, o sedento, o preso o faminto que você não deu
de vestir, de beber, não visitou e não deu de comer. Sou EU! (cf. Mt 25, 31-46) .Nas deferências que devem
ser feitas, os pobres estão no início da fila. O critério não é a posição
social ou a função que se ocupa, mas o fato de ser presença de Cristo.
Crescer
na fé é crescer no caminho do discipulado a Jesus Cristo. Isso implica, entre
outras coisas, ter a mesma forma de pensar e agir. Sim, o caminho de seguimento
a Jesus nos torna gentleman e madame no Senhor porque iluminados e tocados pela
sua presença e palavra que purificam a nossa cultura e a tornam mais humanizada
e humanizadora.
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
0 comentários :
Postar um comentário