sábado, 14 de março de 2015

"Gentleman" e "Madame" no Senhor - Por uma estética da fé!


Houve um tempo em que fazia parte da educação doméstica aprender a ter tratos finos. Mais do que uma lição teórica a ser passada, tratava-se de um aprendizado que se dava na vida através da imitação. Ou seja, os bons modos entre os casais era a grande lição para que os filhos se tornassem requintados no modo de tratar as pessoas.
O Evangelho é uma realidade que deve encarnar-se nas nossas vidas. Deve fazer-se cultura, impregnando, desse modo, a nossa maneira de ser e de fazer as coisas. Quando isso realmente acontece em nossa existência, tornamo-nos gentleman e madame no Senhor.
A elegância da fé é derivante da busca de imergir-se em Cristo. Em deixar a nossa humanidade ser tocada por Ele. Esta torna-se, assim, um valioso critério de verificação do nosso ser em Deus. Quando nele somos, a nossa humanidade é transformada, tornamo-nos humanos por excelência.
A polidez no trato deriva também do reconhecimento que cada ser humano é filho de Deus. É dotado de uma dignidade que vem do fato de ter sido criado a imagem e semelhança de Deus.
Trata-se de ter uma vida configurada pelo christian style. Na contemplação dos gestos e das ações de Jesus, na meditação de suas palavras, na comunhão orante com Ele e sob o influxo de sua graça, vamo-nos “polindo” e vamos adquirindo a elegância da fé que não é fruto da assunção de comportamentos meramente exteriores, mas nasce de um coração que vai buscando ter as mesmas atitudes de Jesus.
A palavra significativa para a elegância da fé é atitude. A vida cristã deve ser feita de atos e ações que vem de dentro, que são fruto de atitudes. Diz respeito, portanto, a nossa interioridade, àquilo que somos. Na elegância da fé o que importa é ser. A beleza da pessoa elegante em Deus nasce de um coração transformado, que tem os mesmos sentimentos de Cristo.
A mística da elegância da fé tem outro ponto motivador forte: as pessoas são o rosto de Deus. Esta prerrogativa é mais ainda acentuada no que tange aos pobres. Jesus disse: eu sou o nu, o sedento, o preso o faminto que você não deu de vestir, de beber, não visitou e não deu de comer. Sou EU!  (cf. Mt 25, 31-46) .Nas deferências que devem ser feitas, os pobres estão no início da fila. O critério não é a posição social ou a função que se ocupa, mas o fato de ser presença de Cristo.
Crescer na fé é crescer no caminho do discipulado a Jesus Cristo. Isso implica, entre outras coisas, ter a mesma forma de pensar e agir. Sim, o caminho de seguimento a Jesus nos torna gentleman e madame no Senhor porque iluminados e tocados pela sua presença e palavra que purificam a nossa cultura e a tornam mais humanizada e humanizadora.


Pe. Pedro Moraes Brito Júnior

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