Celebramos o Natal do Senhor e
esta grande solenidade nos faz lembrar o costume judaico da circuncisão, que
acontecia oito dias após o nascimento da criança. Este rito tinha um
significado profundo: tratava-se de um sinal de pertença ao povo eleito por
Deus. Constituía-se, também, em sinal da Aliança feita entre o Senhor e Abraão
e sua posteridade.
Na celebração da circuncisão era
dado o nome à criança. Aqui, portanto, pela primeira vez foi pronunciado
solenemente, por Maria e José, o nome que o anjo do Senhor houvera indicado
(cf. Mt 1,20-21): JESUS. São Lucas relata-nos o episódio: “Quando se completaram os oitos para a circuncisão do menino, foi-lhe
dado o nome de Jesus, conforme o chamou o anjo antes de ser concebido”
(2,21).
O nome entre os judeus era de
grande importância. Indicava a missão da própria pessoa ou o que dela se
esperava. O santo nome de Jesus indica que Ele é o enviado do Pai para nos
libertar, nos salvar. Pronunciar este nome é reconhecer que o desejo de Deus é
que nenhum dos seus se perca e que, portanto, não há em Deus desígnio algum de
condenação.
Ser seguidor de Jesus implica em
situar-se, no mundo, numa busca contínua de resgatar e recuperar o ser humano
em todas as dimensões. O santo nome de Jesus faz-nos perceber uma faceta bela
do amor de Deus que deve impregnar o nosso: a redenção. O amor do Senhor é um
amor que não desiste de nós. E ao aproximar-se da nossa pessoa, vem para nos
salvar, recompor, refazer e restaurar. As vindas de Deus em nossa vida são
sempre salvificas.
Clamemos o santo nome Jesus,
quando nos sentirmos longe de Deus ou no pecado. Ele é fonte de paz interior,
conduz-nos a confiança certa do seu amor restaurador. Afasta, assim, o
desespero que nega a misericórdia do bom Deus.
O santo nome
de Jesus foi pronunciado por tanto homens e mulheres. Dentre eles, queremos
lembrar o cego de Jericó, que legou-nos uma prece simples e forte: “Jesus , filho
de Davi tende piedade de nós!” Esta prece, muito rezada pelo peregrino russo,
queremos tê-la também em nossos lábios, rezando-a no compasso do coração. Por
meio dela queremos confiar as agruras da vida, as dificuldades, as incertezas,
acreditando que as noites escuras do nossos viver transformar-se-ão em dias
luminosos.
Queremos
clamar o santo nome de Jesus, crendo no seu poder. Ele mesmo disse: “Em
verdade, em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu nome”
(Jo 16,23). Acreditemos que por meio deste nome vencemos o mal que existe em
nós e ao nosso redor e, por isso não devemos ter mal algum. Como o salmista,
digamos: o nosso auxílio está no nome Senhor! Ele é Jesus, nosso Salvador!
Manifestemos
nossa reverência e respeito ao santo nome de Jesus. Busquemos pronunciá-lo como
expressão de intimidade com Ele e, sobretudo, de amor. Este nome deve sair do
coração, como manifestação de comunhão com o Senhor, que deve ser o amado de
nosso viver. Mais também, façamos deste nome um projeto que inspire o nosso
viver, levando-nos sempre acreditar que outro recomeço, outra história é
possível, quando se ama, e se professa o poder redentor do amor, que
sobremaneira foi manifestado em Jesus.
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
1 comentários :
Tudo isso é muito importante, é essencial, incentivador, motivador: gentileza, sensibilidade, generosidade e acima de tudo muito amor.
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