Celebramos a festa do Batismo do Senhor e, com ela,
concluímos as festividades natalícias e damos início ao assim chamado tempo
comum. Neste, somos convidados a contemplar a vida pública de Jesus, o seu
dia-a-dia assinalado por encontros diversos e atividades diferenciadas.
O Batismo do Senhor assinala o início de sua missão.
Os evangelhos silenciam a respeito do que Ele tenha feito no período anterior.
Trata-se de uma etapa de recolhimento na pequena e simples cidade de Nazaré,
onde ele viveu e cresceu junto a Maria e José.
Na força do Espírito Santo, Jesus inicia sua missão
salvífica como enviado do Pai. Ele é o messias, o ungido para anunciar a boa
nova aos pobres, proclamar a libertação aos presos, e aos cegos a recuperação
da vista, libertar os oprimidos e proclamar um ano da graça da parte do Senhor
(cf. Lc 4,18-19).
O batismo de Jesus tem um sentido de solidariedade
com a humanidade pecadora. Ele não tinha necessidade de fazer-se batizar por
João, já que o batismo deste era uma expressão de conversão. De fato, o
evangelista Mateus narra a reação de João Batista: “Eu é que preciso ser
batizado por ti, e tu vens a mim? Jesus, porém, respondeu-lhe: ‘Por ora, deixa,
é assim que devemos cumprir toda justiça’ E João deixou” (Mt 3,14-15).
O batismo de Jesus faz lembrar o nosso batismo. Por
meio dele, recebemos a graça de tornar-nos filhos de Deus, recebemos a unção do
Espírito, tornamo-nos discípulos de Jesus e membros da Igreja. É desta
realidade batismal que deriva o nosso empenho missionário, como continuadores
da obra de Jesus.
Uma certeza deve acompanhar-nos e ser fonte de força
para nós: a de que somos filhos. O Beato João Paulo II, na exortação apostólica
sobre a missão dos leigos, afirma que aquela frase referida a Jesus, quando o
céu se abre e se escuta uma voz, cada batizado deve senti-la dita a si: “Tu és
meu filho amado; em ti está meu pleno agrado” (Lc 3,22).
Somos filhos e, como diz Padre Ermes Ronchi, “somos
fragmento de Deus no mundo, espécie da sua espécie, temos Deus no sangue”. Somos,
porém, filhos amados. A tradução italiana é mais bonita, quando diz “o amado”.
Este é o nosso nome diante de Deus que nos amou por primeiro. Somos a alegria
de Deus, Ele se agrada de nós. Olha para cada um de nós e diz: “tu, filho meu,
te quero bem, te olho e sou feliz” afirma ainda o padre supracitado.
Esta é a grande verdade de nossa fé: Deus é amor e
deste modo nos olha. Nós precisamos tomar posse dessa verdade e tê-la presente
em cada dia que se inicia. Olhar o céu a cada manha e ter presente que Deus nos
olha como filhos amados, se alegra por nós, somos motivos de sua alegria. Esta
é a verdade fundamental que o Senhor Jesus nos veio revelar e é, sobretudo este
anúncio de Deus, nosso Pai, que somos chamados a fazer ecoar no mundo a cada
homem e mulher que se deparar em nosso caminho: “Tu és meu filho amado; em ti
está meu pleno agrado” (Lc 3,22).
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
1 comentários :
Que belíssima reflexão Padre Pedro!!!! Obrigada por compartilhá-la conosco. Abraço fraterno, Bernadete Marques
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