Nosso corpo é um dom de Deus. Ele
tem significado e valor. Não temos
simplesmente um corpo, mas somos o nosso corpo. É por meio dele que existimos e
nos exprimimos no mundo. Através do corpo, os nossos sentimentos e emoções se
tornam tangíveis, concretos e podemos fazer com que as pessoas experimentem o
quanto as amamos e lhes queremos bem. Louvado seja Deus pelo corpo que temos!
Atualmente, vivemos a mentalidade
do fitness e é justo que seja assim,
pois devemos cuidar do presente que nos foi dado. É um dever moral cuidar de si
próprio, da saúde, do corpo. É um sinal de estima e amor a Deus que nos
concedeu um corpo, e habita nele, como nos diz São Paulo, como num templo.
Nosso corpo ganha, assim, um significado mais profundo: é morada de Deus.
A palavra fitness nem sempre é tomada na sua acepção original como condição
de ter um corpo em boa saúde. Muitas vezes, ela é associada a corpo bonito, “sarado”,
musculoso e em boa forma. Há uma grande preocupação, nos dias atuais, pela
aparência e pela forma que levam ao contrassenso das pessoas fazerem uso até de
substâncias nocivas à própria saúde para poderem estar dentro dos parâmetros
estabelecidos pela sociedade.
Passamos, assim, do desleixo de
outrora em relação ao corpo para ao que podemos chamar de culto do mesmo. Para
estarem em forma, dentro da medida e da silhueta esteticamente estabelecida,
muitos se submetem a ritmos, por vezes, exagerados de exercícios e até de
dietas que são prejudiciais a saúde.
Oxalá as disposições para ter um
corpo segundo a sociedade atual fossem as mesmas para buscar ter também uma
silhueta da alma em forma. A silhueta da alma é moldada pelo amor. É a prática
deste que lhe vai definindo os contornos. E, por vezes, poucos exercícios
fazemos na “academia do amor”. Não
deixamos que Jesus seja o nosso “personal
trainer” e vá moldando, configurando e conformando o nosso espírito.
O seu evangelho é a referência
que deve conduzir a dieta da alma. É ele
que lhe confere beleza e esplendor. A alma torna-se bonita quando se deixar
orientar, sobretudo, pelo exercício básico e fundamental que é o mandamento
novo: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.
O Papa Bento XVI, na homilia da
missa de inauguração da quinta conferência do Episcopado Latino-Americano,
assim se exprimiu: “A Igreja não faz
proselitismo. Ela cresce muito mais por
‘atração’: como Cristo ‘atrai todos a si’ com a força do seu amor, que
culminou no sacrifício da Cruz, assim a Igreja cumpre a sua missão na medida em
que, associada a Cristo, cumpre a sua obra conformando-se em espírito e
concretamente com a caridade do seu Senhor”.
Como seguidores de Jesus,
queremos gerar “encanto” e “atração”, não pela beleza do corpo, mas pela beleza
de uma alma que é ornada pela graça de Deus e, sobretudo, é cheia do seu amor.
Que a caridade de Cristo possa tomar forma em nós e muitos, deste modo,
atraídos possam conhecer a “beleza sempre antiga e sempre nova”: Jesus Cristo,
nosso Senhor.
Pe.Pedro Moraes Brito Júnior
pepedrojr@hotmail.com
1 comentários :
Que lindo!
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