
O texto fala da ambição das riquezas,
daqueles que, deixando-se levar pelo desejo de sempre ter mais, não aprendem a
partilhar. Em nenhum momento, o rico, que teve uma grande safra, pensou em
partilhar algo, ao dar-se conta que os seus celeiros eram insuficientes para
conter tudo quanto produzira. Simplesmente procurou construir maiores celeiros
para acomodar tudo quanto colhera.
Nesta parábola há uma dura sentença
para esse rico avarento: morrerá e deixará tudo para os outros. Jesus continua
dizendo que “assim acontece àquele que ajunta tesouro
s para si mesmo, e não é
rico para Deus”.
Esta frase soou-me tão forte aos
meus ouvidos e ao meu coração. Pensava comigo mesmo: não quero ter o coração
fechado, não quero viver dando voltas ao redor de mim mesmo e ser incapaz de
partilhar. Não quero ser ganancioso, procurando sempre estar à frente dos
demais. Quero ter olhos, coração e mãos que se abrem. Quero ser rico pra Deus.
A “elite” de Deus é a dos corações
bondosos e generosos, os quais entendem que a vida se torna mais bonita quando
olhamos “além” e fazemos dom de nós mesmos e do que temos para aqueles que
menos do que nós tem ou nada tem.
A dinâmica do amor que vem de
Deus é centrífuga e não centrípeta, ou seja, ela nós faz sair do centro de nós
mesmos. Isto no-lo revela os santos. A vida da Bem-aventurada Dulce dos Pobres
foi assim. Todo o seu existir foi um consumir-se pelos outros, sobretudo os
mais necessitados.
Estar vivo em Deus, ser rico pra
Ele, é querer abraçar o mundo, acolher a todos. Viver sem fronteiras na alegria
de dar e dar-se aos irmãos. Tornamo-nos ricos para Ele quando somos vazios de
nós mesmos.
Vivemos na morte, quando fechados
em nós mesmos egoisticamente e quando deixamos o “tou nem aí” pautar o nosso
viver. Quando gastamos, compramos e nem nos importamos com uma multidão de
gente que nem sequer tem o essencial. A responsabilidade social é já algo
reclamado pelo evangelho. A questão que se coloca em bioética: o que é tecnicamente
possível, é eticamente admissível?, poderíamos parafrasear para o setor da
economia e do consumo: o que é economicamente possível é moralmente admissível?
É sempre necessário
evangelicamente pensar: o que fazemos pelos outros? Desta resposta dependerá a
nossa participação na “elite” de Deus. Ser rico diante d’Ele é seguir a lógica de
um viver para os demais, melhor ainda, de ser para os outros. Quero ser rico
para Deus!
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
2 comentários :
Muito profunda esta sua mensagem padre, é esta riqueza que procuro, também quero ser rico para Deus......
obrigado por partilhar conosco o pão da palavra, o pão do pensamento e desta forma saciar o anseio de tantos corações.......
QUERO SER RICA PARA DEUS ....! ! !
Guiomar Pereira.
...ver como Deus, além das aparências. Lindo viu!
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