sexta-feira, 1 de março de 2013

Conversão: decisão e Graça – III Domingo da Quaresma

Nós somos seres em construção, em processo. Não estamos prontos. Esta é uma das belezas da condição humana: podemos progredir, crescer, dar novos passos. Como batizados em Cristo Jesus, temos a altíssima vocação de produzir frutos de caridade para a vida do mundo.
O tempo da Quaresma é um convite para alçarmos vôo e recordar-nos que não podemos levar uma vida rasteira, baseado no mínimo necessário ou segundo a média. O Senhor convida-nos a avançar sempre mais.
O dinamismo de conversão é, desta forma, a realidade caracterizadora da vida do batizado. A sua vida é uma contínua Páscoa, uma constante “passagem” por meio da qual ele busca libertar-se dos grilhões do pecado, raiz de todo mal. Procura superar a feiúra do mal com a beleza de uma vida na graça, vivida no bem, na verdade e no amor.
Para isto é preciso duas atitudes importantes: reconhecimento e decisão. Faz-se necessário o coração humilde que admite as próprias fraquezas e limites, bem como o desejo e a vontade sincera de querer fazer uma estrada de contínua conversão. É preciso decidir-se pelo Senhor! Somos o que decidimos!
Contudo, não é suficiente contar somente com as próprias forças, pois sem Ele nada podemos fazer (cf. Jo 15,5). A experiência cotidiana revela-nos o quanto, por vezes, não somos capazes de perseverar no caminho que nós mesmos traçamos. O seguimento de Jesus será possível somente em virtude de um dom recebido. A nossa libertação se situa naquela conexão indivisível entre a graça do Senhor e a liberdade do homem.
Deus constantemente nos apela, oferecendo-nos possibilidades a fim de que nos voltemos para Ele. Tem paciência conosco. Como afirma o apóstolo Pedro, a sua longanimidade é para a nossa conversão (cf. 2Pd 3,9). Como o agricultor que remedia e aduba a planta, Ele também aguarda que produzamos bons frutos.
O batizado é chamado não à esterilidade do pecado que nos encerra em nós mesmos egoisticamente, mas à fecundidade de vida no Senhor, que faz com que produzamos frutos que dão sabor e mais vida aos irmãos. Caminhando com Jesus e contando com a sua graça, possamos ser, como diz o salmista, uma arvore plantada a beira do rio: dá o fruto no tempo certo, as folhas não murcham e é bem sucedido no que faz (cf. Sl 1,3).
Para sua reflexão e oração:
Você tem aproveitado desta quaresma para fazer um exame mais atento de sua vida, procurando descobrir de que forma concreta deve acontecer a sua conversão?

Você tem paciência consigo e com os outros na busca da mudança interior?

Você tem procurado os auxílios da graça para a transformação de sua vida: confissão, participação na eucaristia, oração?
 

Pe. Pedro Moraes Brito Júnior

www.padrepedrojunior.blogspot.com

0 comentários :

Postar um comentário