
O tempo da Quaresma é um convite
para alçarmos vôo e recordar-nos que não podemos levar uma vida rasteira, baseado
no mínimo necessário ou segundo a média. O Senhor convida-nos a avançar sempre mais.
O dinamismo de conversão é, desta
forma, a realidade caracterizadora da vida do batizado. A sua vida é uma
contínua Páscoa, uma constante “passagem” por meio da qual ele busca
libertar-se dos grilhões do pecado, raiz de todo mal. Procura superar a feiúra
do mal com a beleza de uma vida na graça, vivida no bem, na verdade e no amor.
Para isto é preciso duas atitudes
importantes: reconhecimento e decisão. Faz-se necessário o coração humilde que
admite as próprias fraquezas e limites, bem como o desejo e a vontade sincera
de querer fazer uma estrada de contínua conversão. É preciso decidir-se pelo
Senhor! Somos o que decidimos!
Contudo, não é suficiente contar
somente com as próprias forças, pois sem Ele nada podemos fazer (cf. Jo 15,5).
A experiência cotidiana revela-nos o quanto, por vezes, não somos capazes de
perseverar no caminho que nós mesmos traçamos. O seguimento de Jesus será
possível somente em virtude de um dom recebido. A nossa libertação se situa
naquela conexão indivisível entre a graça do Senhor e a liberdade do homem.
Deus constantemente nos apela,
oferecendo-nos possibilidades a fim de que nos voltemos para Ele. Tem paciência
conosco. Como afirma o apóstolo Pedro, a sua longanimidade é para a nossa
conversão (cf. 2Pd 3,9). Como o agricultor que remedia e aduba a planta, Ele
também aguarda que produzamos bons frutos.
O batizado é chamado não à
esterilidade do pecado que nos encerra em nós mesmos egoisticamente, mas à fecundidade
de vida no Senhor, que faz com que produzamos frutos que dão sabor e mais vida
aos irmãos. Caminhando com Jesus e contando com a sua graça, possamos ser, como
diz o salmista, uma arvore plantada a beira do rio: dá o fruto no tempo certo,
as folhas não murcham e é bem sucedido no que faz (cf. Sl 1,3).
Para sua reflexão e oração:
Você tem aproveitado desta quaresma para fazer
um exame mais atento de sua vida, procurando descobrir de que forma concreta
deve acontecer a sua conversão?
Você tem paciência consigo e com os outros na
busca da mudança interior?
Você tem procurado os auxílios da graça para a
transformação de sua vida: confissão, participação na eucaristia, oração?
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
www.padrepedrojunior.blogspot.com
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