segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Totalmente demais


Esse é o título da nova novela que estreou no dia 09 de novembro e que tem como protagonista a artista Juliana Paes, interpretando Carolina, diretora de redação de uma revista de moda. Em uma das cenas da novela, que fala do desejo de Carolina ter um filho, ela se tranca no banheiro e diante do espelho diz: “eu quero, eu posso, eu consigo”.

O desejo de Deus para cada um de nós é que sejamos “totalmente demais”. Ele nos fez fecundos, como afirma o livro do Gênesis. Claro, não se trata apenas de uma fecundidade procriativa, mas nos que diz respeito às todas nossas potencialidades. A ciência já afirmou que, não obstante todos os inventos do homem, ele apenas desenvolveu uma mínima parte do que seu cérebro é capaz.

Deus fica feliz com o nosso desempenho integral. Através do seu Filho Jesus, quis realizar uma obra de libertação do homem em modo pleno. Jesus na sinagoga de Nazaré afirma, citando o profeta Isaías, que o Espírito está sobre Ele e o ungiu “para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19).

A glória de Deus, portanto, como afirma Santo Irineu, é o homem vivo em plenitude. Isso nos faz ter presente que o viver religioso deve ser em primeiro lugar promotor da pessoa. A história está cheia de vivências equivocadas da fé, nas quais o ser humano foi diminuído, mortificado e impedido de dar o melhor de si. Tudo isso foi uma caricatura da fé.

A vivência religiosa verdadeira passa pelo crivo da humanização. Tornamo-nos mais de Deus, na medida que nos tornamos mais humanos. A ação de Deus é real em minha vida na medida que consigo ser eu mesmo, amando-me, acolhendo-me e por sua vez abrindo-me ao outro e acolhendo-o como é.  É interessante que os grandes santos foram sempre promotores das pessoas. Estiveram à frente de grandes obras sociais, cujo fim era tornar mais digna a vida das pessoas e fazê-las mais realizadas.

A fé, por conseguinte, conduz-nos a acreditar que podemos ser melhores. É uma força propulsora de vida, de humanização e de progresso. Se em nome da ambição e da determinação, Carolina disse: “eu quero, eu posso, eu consigo”, movidos pela fé, podemos dizer, ainda com mais força a mesma frase, superando os desafios, as dificuldades, levantando a cabeça e olhando para frente com firmeza e esperança, porque é assim que Deus quer que caminhemos.

Totalmente demais! Esse é o projeto de Deus para cada um de nós. Ele quer realizar uma obra de purificação e libertação em nós. Contudo é preciso ter presente que o totalmente demais de Deus em nós implica em primeiro lugar, o amor. Nesse sentido o que fazemos das nossas potencialidades deve estar conjugado pela competência e o amor. Somos chamados a ser competentes no amor.

Essa é a nossa meta de cristãos, seguidores daquele que veio trazer para todo homem vida e vida em abundância. Na força da fé digamos com o desejo de realizar em nossas vidas o projeto de Deus em nós: eu quero, eu posso, eu consigo!

Pe. Pedro Moraes Brito Júnior


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