A figura de João
Batista, que aparece tanto no tempo do Advento, como no tempo do Natal, é
modelar para o nosso viver na nova caminhada que nos é proposta com o início do
novo ano. Este, deve constituir-se para nós como uma ocasião de refazer-nos,
procurando viver o tempo que nos é concedido da melhor forma possível.
O Natal afirma-nos a
verdade central da nossa fé: a Palavra se fez carne e veio habitar no meio de
nós (cf. Jo 1,14). A Palavra que habitava junto de Deus e que, na verdade, é
Deus, quis falar ao nosso coração, quis ser ouvida, procurando estabelecer
comunhão conosco, a fim de nos tornar um com Ela.
O evangelista João, no
início do seu evangelho, afirma que nem todos deram ouvidos à Palavra: “veio
para o que era seu, mas os seus não a acolheram” (1,11). Fizeram-se surdos à
Palavra que tem o poder de iluminar o coração e de dar sentido e significado ao
viver humano.
Contudo, a surdez
obstinada do homem, não silencia a Palavra Divina. Esta continua a ressoar em
meio a tantos ruídos que caracterizam a nossa sociedade humana e que dispersam
e distraem o coração do homem.
Por isso, como João
Batista, neste ano de 2015, queremos ser uma voz que grita. Esta faz com que a
palavra se torne realidade concreta, possa ser ouvida. A voz é um instrumento
da palavra. Isso é o que podemos ser nos dias que haveremos ainda ter: vozes da
Palavra.
Sim, queremos gritar ao
coração do homem, fazendo-lhe ouvir o som da Palavra de vida e salvação, de
amor e ternura que Deus quer pronunciar no deserto do coração de cada pessoa.
Quem vive longe de Deus, é como um deserto, vazio e sem vida. No vazio da
existência humana, queremos docemente fazer ecoar a Palavra de Amor.
Nosso grito não quer ser
uma atitude agressiva e forçada, mas expressão da intensidade e da força da
Palavra que ecoa em nós e do desejo de fazer o homem acordar para escutar a Palavra
que realmente pode torná-lo feliz.
Senhor, ajuda-me a ser
voz da Palavra de Amor que és Tu.
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
1 comentários :
Excelente texto, Padre! Que Deus nos conceda a graça de transmitir aos outros os frutos que Sua Palavra fez brotar em nós e que o Espírito Santo de Deus nos encoraje diante da aridez do mundo.
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