No nosso Brasil, que tristemente
ainda faz as crianças trabalharem e as explora, elas tem se tornado, como nos
países desenvolvidos, uma realidade em escassez. As políticas contra a
natalidade já tiraram a nossa nação do podium
dos países com um alto percentual de população juvenil. Nossa taxa de
natalidade já não está na média necessária. Por isso, as crianças têm se
tornando verdadeiras “estrelas” em nossos lares. São “hosanadas”, contentadas,
idolatradas.
Contudo, gostaria de refletir do
papel das crianças em nossas vidas. Contemplá-las no dia de hoje, faz-nos
lembrar do nosso tempo de criança. Ah, como é bom ser criança! Eu vivi
intensamente este tempo. Fui um menino travesso. Subia no telhado, abusava
minha irmã caçula, jogava gude em frente de casa. Brincava no quintal, subindo
no pé de araçá, e tinha uma parte dele que era o meu avião. Eu arrancava as
laranjas pequeninas do quintal de Dona Jovem para brincar de curral com meu
irmão, Antonio. Chorava para ele me dá os currais deles, pois sempre fazia
melhor que os meus. Que tempo bom!
Vivi também, assistindo a Liga da
Justiça. Lembro-me de Super Man, Batman, Aquaman e etc. Com Samuel da saudosa
professora Rute, brincávamos de super heróis. Samuel tornou-se jogador,
casou-se e é pai de família. Eu me tornei Padre Pedro Júnior, hoje reitor do
Seminário Maior e professor da nossa Faculdade Católica. Ainda tenho muito de
criança dentro de mim, apesar de parecer tão sério. Algumas pessoas que o
digam!
No dia de hoje, acho que também
devemos celebrar a criança que fomos e que de todo não pode deixar de existir
em nós. Isto significa, entre outras coisas, recuperar o lúdico em nossa vida.
Não perder a capacidade de brincar e não levar, de uma forma excessiva, a vida
tão a sério. Os níveis de estresse a que estamos sendo submetidos nos convidam
a pensar sobre isso. A vida não é só trabalho. Aliás, não se vive para
trabalhar, mas o contrário. A vida não é só responsabilidades e conversas muito
sérias. É preciso dar tempo, não somente para brincar com nossas crianças,
apesar da fadiga do dia, mas também é preciso brincar com os cônjuges, com os
amigos, com os colegas de trabalho.
Penso que isto faz parte de um
conceito tão comentado nos meios médicos: qualidade de vida. Tal realidade
supõe que somos seres polivantes, com várias dimensões, e a lúdica é uma delas.
É, assim, necessário ter o
tempo para “jogar a conversa fora”, falar bobagens,
não futilidades e vulgaridades; fazer literalmente algumas brincadeiras. É
claro que nossa criança entrará em ação na nossa condição de adultos.
Brincaremos, mas não para pirraçar ou magoar e deixar ou outro aborrecido, mas
para fazê-lo feliz e dizer-lhe o quanto o amamos com a pureza de uma criança. Não
nos esqueçamos de que mesmo adultos ainda é tempo de brincar. Sendo assim um
feliz dia das crianças para os jovens, adultos e idosos!
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
pepedrojr@hotmail.com
2 comentários :
Que bela reflexão, reverendo, como não recordar de nossa infância?
É lindo... abrir o coração de forma simples.
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