sábado, 12 de outubro de 2013

É tempo de brincar

Hoje é o dia em que as crianças são homenageadas. Quão importantes são elas em nossas vidas. Como dão uma atmosfera bem peculiar às nossas casas, ao nosso viver. Estas se tornam cheias de vida, entusiasmo, risos e também de aborrecimentos. A Ana Clara, minha sobrinha, de quatro aninhos mudou a nossa vida. Quando chego lá, em Coração de Maria, a primeira pergunta que faço é: Cadê Clara?

No nosso Brasil, que tristemente ainda faz as crianças trabalharem e as explora, elas tem se tornado, como nos países desenvolvidos, uma realidade em escassez. As políticas contra a natalidade já tiraram a nossa nação do podium dos países com um alto percentual de população juvenil. Nossa taxa de natalidade já não está na média necessária. Por isso, as crianças têm se tornando verdadeiras “estrelas” em nossos lares. São “hosanadas”, contentadas, idolatradas.

Contudo, gostaria de refletir do papel das crianças em nossas vidas. Contemplá-las no dia de hoje, faz-nos lembrar do nosso tempo de criança. Ah, como é bom ser criança! Eu vivi intensamente este tempo. Fui um menino travesso. Subia no telhado, abusava minha irmã caçula, jogava gude em frente de casa. Brincava no quintal, subindo no pé de araçá, e tinha uma parte dele que era o meu avião. Eu arrancava as laranjas pequeninas do quintal de Dona Jovem para brincar de curral com meu irmão, Antonio. Chorava para ele me dá os currais deles, pois sempre fazia melhor que os meus. Que tempo bom!

Vivi também, assistindo a Liga da Justiça. Lembro-me de Super Man, Batman, Aquaman e etc. Com Samuel da saudosa professora Rute, brincávamos de super heróis. Samuel tornou-se jogador, casou-se e é pai de família. Eu me tornei Padre Pedro Júnior, hoje reitor do Seminário Maior e professor da nossa Faculdade Católica. Ainda tenho muito de criança dentro de mim, apesar de parecer tão sério. Algumas pessoas que o digam!

No dia de hoje, acho que também devemos celebrar a criança que fomos e que de todo não pode deixar de existir em nós. Isto significa, entre outras coisas, recuperar o lúdico em nossa vida. Não perder a capacidade de brincar e não levar, de uma forma excessiva, a vida tão a sério. Os níveis de estresse a que estamos sendo submetidos nos convidam a pensar sobre isso. A vida não é só trabalho. Aliás, não se vive para trabalhar, mas o contrário. A vida não é só responsabilidades e conversas muito sérias. É preciso dar tempo, não somente para brincar com nossas crianças, apesar da fadiga do dia, mas também é preciso brincar com os cônjuges, com os amigos, com os colegas de trabalho.

Penso que isto faz parte de um conceito tão comentado nos meios médicos: qualidade de vida. Tal realidade supõe que somos seres polivantes, com várias dimensões, e a lúdica é uma delas. É, assim, necessário ter o 
tempo para “jogar a conversa fora”, falar bobagens, não futilidades e vulgaridades; fazer literalmente algumas brincadeiras. É claro que nossa criança entrará em ação na nossa condição de adultos. Brincaremos, mas não para pirraçar ou magoar e deixar ou outro aborrecido, mas para fazê-lo feliz e dizer-lhe o quanto o amamos com a pureza de uma criança. Não nos esqueçamos de que mesmo adultos ainda é tempo de brincar. Sendo assim um feliz dia das crianças para os jovens, adultos e idosos!

Pe. Pedro Moraes Brito Júnior

pepedrojr@hotmail.com

2 comentários :

Que bela reflexão, reverendo, como não recordar de nossa infância?

É lindo... abrir o coração de forma simples.

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