Este foi o tema do retiro que
tive a graça de conduzir para as Irmãs Beneditinas Missionárias de Tutzing em
Olinda – PE. Foram dias de paz, escuta da Palavra de Deus e de intensa oração.
Realmente, nos encontrávamos num lugar alto da cidade, podendo contemplar o
lindo e verde mar que nos fala do Deus imenso e infinito cujo amor é eterno.
“Subir a montanha” deve ser uma
experiência que sempre devemos nos proporcionar. Momentos nos quais deixamos
tudo para estar com o Senhor e repensar a nossa caminhada cristã. Trata-se de
querer viver um protagonismo na condução da própria vida, buscando estar atento
ao que acontece em nós.
Nesta vida, podemos ser roubados
não somente materialmente, bem como espiritualmente. Pode-se roubar a nossa alegria,
entusiasmo, inocência, vontade de servir. Pior ainda, podemos ser intoxicados
pelo mal e nos tornarmos pessoas amargas, insensíveis e desumanas. É preciso
subir a montanha como Elias, para sentir a brisa leve e singela do Senhor que é
o seu Espírito para que nós recobremos ânimo e vigor e trilhemos um caminho
novo.
Nas montanhas, há nascentes
d’água e elas são límpidas e frescas. Sim, é preciso beber daquela água viva
que é o próprio Cristo, pois por vezes ingerimos outras águas que nos
contaminam e provocam grandes males em nós.
Precisamos desses encontros com o Senhor, que como afirma Gustavo
Gutierrez, são como poços na nossa vida, que devem alimentar a nossa caminhada
do dia a dia na planície.
É bom estarmos, sem dúvida, no
alto, longe do barulho e da confusão! Mas, contudo, o Senhor nos convida a
estarmos no baixo da faina diária. Somos enviados em missão e esta se realiza
no vai e vem da nossa vida, compassada por momentos e ocasiões diversos:
família, escola, trabalho, compras, lazer, negócios.
É nesta vida, tão cheias de
demandas, que por vezes nos estressa, que somos chamados a ser luz. Na montanha,
nos recompomos, nos refazemos, respiramos o ar fresco, nos iluminamos para
encher de luz o nosso dia a dia. A subida não quer ser, portanto, evasão, mas
recarga de forças para continuar a militância, não como um simples fazer, mas
um fazer em Deus.
O retiro é uma ocasião singular
de experimentar esses momentos. É interessante que nos proporcionemos este “spa
espiritual”. Contudo, há um monte que podemos subir cotidianamente, do qual
podemos haurir nossas forças: a Eucaristia diária. Aqui encontramos o Senhor
que nos fala e alimenta, que parte e se reparte por nós e, ao fanal, nos diz:
vai em paz pelas estradas do mundo, eu estou contigo.
Logo, vamos subir juntos! De
forma tranquila, serena, sentindo cada passo do caminho, quero conversar mais
com você sobre essa realidade tão necessária e bonita em nossa vida espiritual.
Trata-se da próxima publicação. Aguarde!
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
pepedrojr@hotmail.com
3 comentários :
Estava mesmo precisando ler palavras assim. Obrigado mais uma vez !
Edu
Preciso subir a montanha...
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